Anguilla, a pior seleção do mundo
Anguilla, conjunto de várias pequenas ilhas, é destino paradísiaco situada na zona das Caraíbas, é um território britânico ultramarino. Descoberta em 1943 pelo português Cristovão Colombo, foi colonizada por ingleses e pertenceu ao Reino Unido durante centenas de anos. Em 1967, iniciou-se um movimento para conseguir autonomia e expulsos alguns britânicos que habitavam na ilha. Em 1976, Anguilla conquistou a condição de dependência britânica com autonomia administrativa. Com forte presença inglesa durante tantos anos, é natural que a influência do futebol exista em Anguilla, mas obviamente atrás de desportos de vela, cricket, etc, e iremos entender o porquê.
Caraíbas. Anguilla. 13 mil habitantes. Capital The Valley. Pior lugar do ranking FIFA. Apresentações estão feitas, vamos perceber melhor como é o futebol em Anguilla e como é que a seleção está há tanto tempo sem ganhar um único jogo.
A primeira divisão de Anguilla, conhecida como AFA League, foi criada em 1997 e possuí sete equipas que disputam um playoff final de campeão. Não existem muitas informações, mas algumas fontes dizem que existe apenas um estádio e que recebe todos os jogos da liga, chama-se Ronald Webster Park (nome em memória de um político de Anguilla) com capacidade para 4 mil pessoas. As maiores equipas da Ilha são os Roaring Lions, Kicks United e Attackers FC. Sendo os Kicks, os últimos vencedores da liga tornando-se bicampeões.
Todos os jogadores são amadores, jogam por amor ao desporto e mais concretamente ao futebol. Têm outros trabalhos, o futebol é apenas um complemento para se libertarem do stress do trabalho, sendo assim, a sua seleção sente-se com isso porque a maioria dos jogadores convocados joga no campeonato nacional.
A seleção de Anguilla foi formada em 1990 mas nunca obteve nenhum resultado muito relevante em toda a sua história, não tendo nunca disputado nenhuma competição (fracassou sempre nas eliminatórias). Para percebemos melhor o porquê de ser a pior seleção do mundo, convém perceber que a sua última vitória remonta a 2015, quando em março, dois particulares, a seleção de Anguilla derrotou Saint Martin por 2-0 e as Ilhas Virgens Britânicas por 3-1. Mas e se falarmos em competições oficiais? Aí é necessário recuar até 2010, para a Taça das Caraíbas (que serve como qualificação para a CONCACAF), bateram Saint Martin por 2-1, mas ficaram em último lugar do grupo.
Por aqui percebemos que a Anguilla está muito longe de ser uma expressão até mesmo dentro das outras seleções das Caraíbas. O que é certo é que Anguilla está longe de fazer vários jogos por ano, realiza apenas os jogos de qualificação para o Mundial e para a CONCACAF, e depois alguns amigáveis contra países das redondezas. O seu jogador com mais presenças é Girdon Connor, que nunca conheceu outro clube que não o Roaring Lions, tem 17 presenças pela seleção e teve a felicidade de marcar por uma vez. O jogador com mais golos marcados é Richard Connor que é também o melhor jogador de sempre da história do futebol de Anguilla. Engane-se se pensa que Richard Connor apenas jogou por Anguilla... ele nasceu em Inglaterra mas devido aos pais terem nascido na ilha, naturalizou-se e defendeu a seleção marcando por 5 vezes em apenas 6 jogos! Uma excelente média de golos. Isto tudo porque provavelmente jogou sempre nas divisões secundárias de Inglaterra, fez a sua formação no Wimbledon e esteve sempre presente nas divisões mais secundárias de Inglaterra até terminar a carreira em 2006, aos 27 anos, não sabemos os motivos e a informação que exista disponível é muito pouca para chegarmos a uma conclusão.
Anguilla é a pior seleção do mundo desde 28 de novembro de 2019 "ultrapassando" a seleção europeia San Marino que esteve nessa posição durante vários anos. É um lugar onde ninguém quer estar, a FIFA tem ajudado as equipas das Caraíbas a desenvolverem-se em termos de infraestruturas para conseguir que os clubes da região tenham as condições minímas para potencializar as suas qualidades. Ainda estamos muito longe desse caminho, o dinheiro que chegou serviu para criar alguns estádios para a prática do desporto mas a profissionalização dos jogadores ainda está muito longe. Em toda a sua história, Anguilla apenas teve um jogador profissional, Richard Connor, que já foi referido aqui.