O jogador mais velho atuar uma partida profissional
Certamente poucos conhecerão Salvador Reyes e porque é que ele é relevante neste panorama. O mexicano, nascido e formado no histórico clube Chivas, situado em Guadalajara, detém um recorde que lhe pertence desde 2008 quando atuou um pouco menos de um minuto mas que serviu para marcar a sua despedida com o recorde do jogador mais velho a atuar numa partida profissional de futebol.
71 anos e 3 meses. Foi com esta idade que Chava Reyes, como era carinhosamente tratado, entrou em campo num jogo do seu Chivas Guadalaraja diante do rival Pumas, no clausura de 2008. Onde acabou por estar presente no pontapé de saída da sua equipa (e tocou por mais duas vezes na bola) para posteriormente dar o seu lugar a outro histórico jogador do clube mexicano chamado Omar Bravo. Recebeu uma ovação incrível por parte dos adeptos que lotaram o estádio naquele dia.
Salvador Reyes Monteón nasceu no dia 20 de setembro de 1936 e desde muito cedo mostrou apetência para o desporto, nomeadamente para o futebol. Desde cedo se destacou na posição de avançado, com apenas 1,73m, Chava Reyes era um jogador dotado tecnicamente, conhecedor dos espaços e rápido, tanto na leitura do jogo como na velocidade/aceleração.
Pelo Chivas, Reyes foi figura de proa nos anos dourados do clube, conquistando 7 títulos da primeira divisão e mais uma mão cheia de taças. Como se não bastasse, também foi dele um dos golos mais importantes e históricos: em janeiro de 1957, Reyes com 21 anos marcou o golo da vitória diante do Irapuato, este golo valeu a conquistado do primeiro campeonato de sempre para o Chivas.
Foi, durante muitos anos, o melhor marcador de sempre do Guadalajara com 154 golos em 282 jogos. Este recorde permaneceu intacto até 2015 quando Omar Bravo - quem mais poderia ser - conseguiu ultrapassar o Chava Reyes. E como Chava Reyes estava destinado a 'coisas' grandes, também representou o seu país em três mundiais diferentes (poucos jogadores, na altura, poderiam-se gabar de tal feito) sendo eles o Suécia 1958, Chile 1962 e, por fim, o Inglaterra 1966 onde também foi peça fundamental na seleção mexicana. Ao serviço da seleção marcou por 14 vezes em 49 jogos.
Em 1967, com 31 anos, decide dar um novo rumo à carreira e jogar uma temporada nos Estados Unidos da América ao serviço do San Diego Toros, uma comunidade dos EUA que possuí imensos mexicanos. Voltaria no ano a seguir ao mexicano para jogar no Santos Laguna e, mais tarde, no San Luis, "terminando" a carreira em 1972 aos 36 anos.
Depois disso, enveredou por uma carreira como técnico de equipas principais mas longe do mesmo sucesso que obtivera enquanto jogador. Ainda assim, ainda foi técnico, durante um ano, do Tigres, um dos maiores clubes do país.
Em 2008, assinou um contrato pelo Chivas para a disputa de um jogo apenas. Foi a melhor maneira de fechar uma carreira linda e de uma homenagem histórica a um jogador, também ele, histórico.