Roberto Martinez foi oficializado como o novo selecionador da seleção nacional. Após um Mundial aquém da expectativa e com muitas confusões e controvérsias durante essa altura, o espanhol é agora o novo timoreiro. O principal objetivo é conseguir que uma equipa muito promissora, cheia de talento individual consiga o mesmo nível exibicional na seleção à que apresentam nos seus clubes.
Roberto Martinez assinou um contrato válido até 2026 (@FPF)
O espanhol chega gerado de alguma desconfiança porque, também a Bélgica, não esteve à altura no Mundial (acabou mesmo por ser eliminada na fase-de-grupos) também gerada de muitas controvérsias entre jogadores. Roberto Martinez chegou à Bélgica em 2016 e tinha em mãos a melhor fornada de jogadores que alguma vez os diabos vermelhos tinham formado: Lukaku, Hazard, De Bruyne, Courtois, enfim, muitos jogadores de topo. Chegaram, inclusive, a ser o top 1 no ranking de seleções embora não tivessem conquistado qualquer título.
Roberto Martínez, enquanto jogar, foi mediano. Formado nas escolinhas do Saragoça (onde se estreou pelo clube na primeira divisão) acabou por não ter o rumo que certamente desejaria e desde cedo rumou até ao Reino Unido. Em 1995, aos 22 anos, ingressa no Wigan mas sempre a jogar em divisões secundárias. Acabaria ainda por passar pelo Motherwell (da Escócia), no Swansea (País de Gales) terminando depois a carreira no Chester (de Inglaterra).
Como treinador, mal pendurou as botas como jogador, vestiu o fato e começou a treinar a equipa principal do Swansea City, um clube que havia passdo enquanto jogador. Após três anos muito interessantes no Swansea (uma subida de divisão e a permanência no ano seguinte) tem a oportunidade de treinar, pela primeira vez, uma equipa do principal escalão do futebol inglês e, novamente, uma equipa que conhecia muito bem enquanto jogador: o Wigan. Foram 4 anos ao serviço dos latics, marcados sempre pela luta contra a despromoção. Nas primeiras três temporadas, a manutenção foi conseguida nas últimas jornadas porém na última época ao serviço do Wigan, o clube inglês acabou mesmo por ser despromovido. Foi uma desilusão mas Roberto conquistou então o seu título mais importante da carreira até aos dias de hoje: uma FA Cup (Taça de Inglaterra).
Com o Wigan a descer ao Championship mas com uma taça no 'bolso', Roberto Martinez ruma ao Everton, que será a sua casa durantes os próximos três anos. Nos toffees, a sua vida não poderia ter começado melhor ao terminar num 5º lugar e respetivo apuramento para a Liga Europa. Os dois anos seguintes não foram tão famosos (apenas 11º lugar em ambas as ocasiões) e sem conquistar qualquer troféu.
A Bélgica não conseguiu brilhar no Mundial 2022 (@Reuters)
É em 2016 que se dá a sua ida para a seleção da Bélgica para treinar um dos melhores conjuntos de sempre daquele país. A Bélgica, ao leme de Roberto Martinez, esteve sempre presente nas principais provas ao qualificar-se sempre de forma imaculada. Ao chegar às decisões, faltou um clique aos jogadores para atingirem o patamar que se esperaria deles. A Bélgica chegou mesmo a estar em primeiro lugar do ranking FIFA de seleções devido a um grande seguimento de vitórias que foi tendo nos apuramentos, mas não lidaram bem com o facto de passarem a ser vistos como uma das seleções "favoritas" para a conquista de títulos. Apesar do bom futebol, caraterizado por um futebol muito ofensivo, de verticalidade, entrelinhas, a Bélgica foi desiludindo sempre nas grandes provas e Roberto Martinez acabaria por abandonar a seleção dos red devils após o Mundial de 2022 no Catar.
Chega agora ao comando técnico das quinas com alguma desconfiança à mistura por parte dos portugueses. Com um contrato válido até 2026 (ou seja, terá um Europeu e Mundial por disputar) tem aqui também muita obra-prima para trabalhar, tal como acontecia na seleção belga. O objetivo certamente agora passa por tranquilizar a seleção e fazer com que os jogadores portugueses consigam apresentar um futebol digno na sua qualidade futebolística. E que essa qualidade futebolística nos traga títulos, que é o que todos nos mais ansiamos.