Bem-vindo a um novo quadro no canal: Espaço Vídeojogos. O futebol sempre teve presente neste universo dos vídeojogos e foi-se sempre aperfeiçoando e até mesmo levou a uma grande competição desde o início do século entre o Pro Evolution Soccer (atualmente eFootball) e o FIFA. Atualmente, FIFA é o jogo mais amplamente usado muito por "culpa" do seu belíssimo modo online que atraiu imensa gente na última década. A Konami, infelizmente, não soube acompanhar a evolução. Porém, hoje não iremos falar de nenhum desses "monstros" mas sim de European Super League que foi lançado em 2001.
O Benfica era a única equipa portuguesa presente no jogo (Foto: thedreamcastjunkyard)
O mundo ficou de pernas para o ar com a criação da Superliga Europeia por parte dos maiores clubes europeus. Felizmente foi uma ideia que foi rápida a criar e igualmente rápida a cair (apesar de continuarem a existir diversos rumores de reuniões entre Barcelona, Real Madrid e Juventus). Porém, o jogo que vos trago hoje o European Super League, que já tinha previsto há 20 anos atrás esta possível criação, isto porque na parte detrás da capa do jogo aparece a seguinte indicação: "A Superliga Europeia poderá ainda não existir, mas provavelmente existirá no futuro". Parece-nos que não falharam assim por muito.
Equipas presentes no jogo
O European Super League contava com as mais diversas equipas europeias dos principais campeonatos europeus, a grande exceção aqui será, muito provavelmente, a inclusão do Gotemburgo, da Suécia. São 16 equipas divididas por 9 países diferentes, com claro destaque para Itália e Alemanha que englobam o maior número de equipas presentes no jogo (3 cada uma). No início do século XXI, a Itália era um portento no que diz respeito ao futebol. Era a liga que toda a gente queria assistir, era ali que estavam equipas muito fortes e competitivas.
Os clubes presentes no jogo fazem parte de França (Marselha e PSG), Alemanha (Bayer Leverkusen, Bayern Munique e Borussia Dortmund), Inglaterra (Liverpool e Chelsea), Grécia (Olympiakos), Itália (Internazionale, AC Milan e Juventus), Países Baixos (Ajax), Portugal (SL Benfica), Espanha (Barcelona e Real Madrid) e, por fim, Suécia (Gotemburgo, que tinha conquistado 6 campeonatos nacionais na década de 90).
Face aos concorrentes da altura (como PES ou FIFA), fica claramente atrás deste tipo de jogo no que diz respeito à escolha de equipas, apenas 16 equipas, o que pode ser um grande ponto de desvantagem, mas que é rapidamente quebrado devido lá está, ao título do jogo, apenas se pretendia criar uma liga europeia com as mais várias equipas de diversos países europeus... e isso conseguiram. Ainda assim as 16 equipas estão completamente licenciadas com nomes reais, símbolos, nome dos jogadores corretos, bem como os equipamentos oficiais daquela época.
Modos de jogo
European Super League apresentava vários modos de jogo, mas que na realidade acabaria por dar tudo praticamente ao mesmo. Para um jogo com tão poucas equipas, parece realmente excessivo tantos modos de jogo incluídos no jogo e que pouco diferem uns dos outros, sinceramente. Os 5 modos de jogo são (que ainda se incluí mais um que é o treino):
- Jogo Rápido: O jogo, automaticamente, elege as duas equipas que vão jogar sem qualquer interferência do jogador.
- Amigável: Aqui, um amigável como em todos os outros jogos. Existe a possibilidade de escolher a equipa da casa e a equipa que joga fora.
- European Super League: O modo de jogo baseado no título. É uma Superliga onde as equipas jogam entre si duas vezes (casa e fora) quem terminar com mais pontos é coroado campeão.
- Custom Tournament: Possibilidade de criar um torneio com sucessivas brackets e decidir que equipas jogam entre si.
- Custom League: Exatamente igual ao torneio mas nesta vez num formato de liga.
- Treino: Possibilidade de treinar. Marcação de bolas paradas (livres, cantos, etc) e aprender a jogar dessa forma e observar quais são as melhores tácticas para pôr em prática nos jogos.
O grande ponto positivo do jogo são as modelações únicas de cada jogador (Foto: thedreamcastjunkyard)
Jogabilidade
O jogo saiu para diversas plataformas como Playstation 1, Dreamcast e computador. Foram também criadas versões mais fracas para rodarem no GameBoy Color e Advance. Publicado pela Virgin, o conceito do jogo era engraçado mas a jogabilidade/gameplay é, de facto, o "piorzinho" do jogo. É claro, é a componente mais importante mas o European Super League fica muito aquém neste aspeto principalmente quando comparando com outros jogos do mesmo género que saíram naquela altura.
É um jogo que se sentem os anos, obviamente evoluiu muito mal, mas na altura era um jogo capaz de entreter e deixar-nos algumas horas para acabar a superliga. O que mais me irritava eram os cartões vermelhos, devia ter uns 2 ou 3 por jogo contra mim. Qual foi a solução? Pois bem, o jogo tinha uma opção que permitia tirar as faltas... assunto resolvido. ![]()
Não havia possibilidade de fazer fintas, nem o tradicional fake shot (criado pelo Pro Evolution Soccer), tudo se resumia a tentar chegar ao golo através de passes curtos, longos e remates. A própria inteligência artificial, nomeadamente da defesa adversária, também era muito questionável. Mesmo para aquela altura, exigia-se um melhor tratamento nesse aspeto.
Outro aspeto que nos deixa irritado é não existir qualquer narrador a comentar o jogo. O que ouvimos é apenas o som ambiente (que é muito bem feito, mas curto para toda a experiência do jogo). Certamente não foi por limitações porque a concorrência já tinha há largos anos os seus comentaristas e deixou o jogo muito "despido". Fez muita falta ouvir alguém a comentar os lances que fazíamos ou simplesmente gritar golo.
É difícil classificar este jogo. Como referido em cima, em termos de grafismo dos estádios, da modelação de cada jogador e dos próprios menus e overlays (muito bonitos) tudo o resto deixa-nos um pouco de pé atrás. E poderemos inumerar algumas: a posição da câmara às vezes era tramada, a jogabilidade em si não era fluída, sem qualquer comentário e poucas (ou nenhumas) fintas e outros atributos que os jogadores poderiam fazer em campo. Por exemplo, era engraçado que o Zidane e o Ronaldo Fenómeno fossem os únicos jogadores a conseguirem fazer a "roleta", de modo a criar algo mais premium em jogadores diferenciados.
Classificação Terceiro Tempo: 5,5/10